segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Porque o Alentejo é "já ali"

Na sexta-feira, passava já das 17 horas quando montados na RT e na K100 bem carregadas, deixávamos para trás a chuva da cidade do Porto rumo a sul para climas mais alegres.

O destino final do Fim-de-semana era o Alentejo, mais concretamente a cidade património Mundial “Évora” e arredores (que à escala Alentejana, significa muitos km’s!).

O percurso traçado pelo litoral, incluiu traçado de Auto-estrada (Scut) passando pela cidade de Aveiro com alguma chuva, Coimbra, Condeixa, onde anoiteceu e já sem o sol entrámos para a nacional rumo a Penela até ao IC8.

Este troço para quem conhece, é bastante sinuoso e agradável, mas à sexta-feira tem um volume de tráfego acima do normal o que não dá para retirar grande prazer da condução do traçado.
No IC8, foi um tirinho até ao interior do país…. Sendo que rapidamente nos encontrávamos na primeira pausa para o jantar!

Entrámos em Nisa, já passavam das 20:30, e logo um grupo de 3 jovens (na praça principal) veio ter connosco, e após uma breve conversa que incluiu a apreciação da foto (via telemóvel) da cinquenta de um deles.
Este encontro revelou-se frutuoso, pois indicaram-nos um local para o merecido repasto….

O jantar teve lugar na “Cantarinha” onde nos foi servido um belo Bife, devidamente acompanhado e muito bem servido.

Após esta pausa refrescante, lá continuámos a viagem rumo a sul, directos a Castelo de Vide onde passaríamos a noite.
Entre o percurso, e logo após sair de Alpalhão, a K100 teve um percalço ao nível da embraiagem (não reparável no local), tendo passado a noite na garagem gentilmente cedida pela GNR local, para no outro dia ser rebocada para o Porto novamente.
Já em Castelo de Vide a RT dormiu sozinha… após uma difícil manobra para a introduzir na minúscula entrada da “garagem” localizada a meio de uma subida de grande inclinação, com piso em calçada bastante irregular.
Castelo de Vide é uma pequena povoação turística, e que nesta altura do ano, ainda está algo deserta, o que acaba por se tornar mais uma razão para a sua visita, aliando a isso um salto ao topo do Marvão…
O pequeno-almoço foi no centro da povoação, onde fomos brindados com torradas feitas com pão rústico…. Tendo a empregada desculpando-se por não haver pão de forma! Agradecidos ficámos nós por essa falta, já que o pão alentejano é uma delícia, e as torradas com pão de forma deveriam ser proibidas nesta região!
Agora só na RT, a meio da manhã de sábado rumámos a Sul, para uma visita a Evoramonte, ao seu Forte.

Aqui deparámo-nos com algumas curiosidades, nomeadamente com a tecnologia avançadissíma para a época, que os Portugueses usavam para detectar as tropas inimigas…
a antena instalada na cobertura do Forte já era usada naqueles tempos, revelando-se como uma mais valia em termos de antecipação dos movimentos inimigos….

Outra questão também é que o edifício está completamente vazio no inteiror….
Não há nada que nos consiga transportar para a época, nada que nos edmosntre o modo de vida dos nossos antepassados…
Vale no entanto a visita pelas magíficas vistas das planícies alentejanas, e da pitoresca povoação que envolve a Fortaleza.

Curioso também foi o diálogo que encetámos com a senhora da “bilheteira” que em resposta à nossa questão relativa ao total esvaziamento da Fortaleza, nos informou que já tiveram em tempos uma máquina de café…. Mas que devido a guerras de vários “Organismos” acabou por até ter sido retirada…. Mais uma vez se prova que Portugal tem gente de mais a mandar… Organizem-se Senhores!

Saímos de Evoramonte inspirados pelas magníficas paisagens, e em pouco tempo estávamos a chegar ao stand MotoDiana em Évora
onde pude experimentar a nova VFR1200.

Quanto à moto em si, posso dizer que tem um excelente motor, uma excelente maleabilidade, mas que não cumpre a nível de conforto, tanto em termos de posição de condução, que é agressiva (lembrou-me a GSXR 750 SRAD), como ao nível da protecção aerodinâmica…temos obrigatoriamente que nos baixar para o depósito pois a protecção é diminuta senão inexistente.
Apenas realço estes pontos, pois a Honda, à altura do lançamento oficial, conotou a VFR como uma Sporturística revolucionária, e eu, na minha muy modesta opinião, conoto-a como uma "Sport capaz de algum turismo", tipo Hayabusa/ZZR, sem toda a potência bruta destas últimas e com uma condução desportiva mais acentuada.

Considero que é uma excelente moto, mas que não corresponde à tal “revolução” propagandeada. É uma moto feita para os apreciadores das primeiras VFR’s que procuram uma moto que dê para dar uns passeios não muito longos e que venha equipada com um motor de 4 cilindros em V, que desta vez tem bastante mais potência que a anterior VFR.
No entanto…. Penso que o valor pedido só vai convencer mesmo os “fanáticos” do V4, pois a concorrência tem mais “motor” a valores mais acessíveis.

A minha anterior ideia quanto às semelhanças com a K1300S desvaneceu-se totalmente após este teste…. Efectivamente as diferenças são muito demarcadas, não havendo nada na Honda que leve um comprador BM a desistir da K e vice versa! As diferenças de ADN continuam lá....

Após este pequeno teste, fomos para o almoço organizado pelos colegas do VFR Clube de Portugal…(por ironia, além da RT, apenas estava mais uma magnífica VF1000R, Uma CBR XX e uma Godlwing!... VFR's apenas a do test drive),
que teve lugar nos arredores de Évora, no restaurante “O telheiro”.
Pudemos degustar uma magnífica feijoada devidamente acompanhada, que nos deixou preparados para o resto do dia.

De Volta a Évora e já com todos os restantes participantes de regresso aos seus locais de origem, fomos para a praça central da cidade a “Praça do Giraldo”,
onde encetámos um passeio a pé pelos monumentos e ruas circundantes.

Por já ser próximo das 17horas, a entrada na Sé foi-nos vedada…rapazes madrugadores! Viva o Turismo Português.

Com tudo fechado, ficámos a conhecer toda a cidade após uma visita às ruas interiores à muralha.


Estava na altura de assentar arraias, e lá fomos ao IBIS que fica numa das entradas da muralha, e por isso facilitadora de passeios a pé ao centro da cidade.
O recepcionista fez uma cara de muito espantado por termos entrado de malas na mão….
- “Têm reserva?” perguntou espantadissimo….
- “O Hotel está cheio?!?” perguntámos….
Embrulhou e lá nos pediu a identificação!

O jantar foi num pequeno restaurante no interior das muralhas com o tecto em abobada com todo o trabalho de alvenaria exposto, demonstrando que os antigos sabiam fazer e bem, conhecimento esse que entretanto se perdeu com a proliferação do betão armado, e consequente perda de identidade dos edifícios modernos.

As Migas estavam uma delícia e saímos do “Restaurante Medieval” com o estômago a agradecer esta vinda a terras Alentejanas, aproveitando para dar um passeio ao luar pela cidade.

No Domingo de manhã lá conseguimos entrar na Sé Catedral….
Visita ao Claustro, Cobertura,
onde pudemos admirar o trabalho de restauro e impermeabilização conduzida por por especialistas na área de Património Histórico.

Esta visita é paga…. Mas o mais curioso, é que na Sé para se poder ver as ruínas de quadros outrora magníficos, temos que colocar a ficha para ligar a luz!
Ou seja…. Pagamos para entrar… e depois voltas a pagar para poder ver! Bem…. Para quem não costuma andar nestas andanças até pode nem estranhar…. Mas após ter vasculhado Roma, Florença, Milão, etc…. só podemos dizer que alguém anda a gozar com os Turistas!

Pessoalmente apenas posso contribuir, divulgando este disparate e informando os interessados que mais vale irem logo directos à Igreja de São Francisco,
que tem entrada gratuita e obras de arte devidamente restauradas (ao contrário das molduras de madeira podre da Sé).

Nesta Igreja, entrámos na famosa capela dos Ossos que apesar de pequena, não deixa de ser um ponto obrigatório a visitar.
Daqui demos por terminada a estadia em Évora e seguimos rumo sul, directos a Monsaraz….

A estrada é tipicamente alentejana, com uma ou outra ligeira inflexão na direcção, mas sempre previsível e agradável à vista pelas infindáveis pastagens que até à chegada do verão conferem uma tonalidade verde à paisagem.

No castelo de Monsaraz, temos uma vista fantástica sobre o Alentejo e sobre o lago de Alqueva… é curiosa a presença de tanta água em pleno Alentejo.

Todo o interior das muralhas tem casas pitorescas, típicas, com pequenas entradas e ruelas estreitas calçadas com pedra natural da zona.



No Castelo propriamente dito, podemos comprovar que o mesmo é utilizado para a largada de animais e que todos os anos cá traz muitos turistas nessa época de festas.

Como não podia ser, almoçamos num dos vários restaurantes presentes dentro das muralhas, recaindo a nossa escola pelo “Lumumba”,
onde nos foi servido um excelente Ensopado de Borrego!

Mesmo quem não goste de Castelos…. Sem dúvida que o ensopado é suficiente para a deslocação a Monsaraz. (de notar que após as 13 horas é muito complicado lugar nas mesas… mais vale reservar com antecedência)

Após calcorrearmos toda a povoação, a par de muitos mais turistas seguimos até um ancoradouro do lago do Alqueva, apreciando a clamaria da paisagem criada pela água.


Seguiu-se a pequena localidade de Mourão,
onde encontrámos umas muralhas e Igreja, sem nada do seu interior….é um pena ver tal património totalmente desaproveitado…. Já dizia o outro “Dá Deus nozes a quem não tem dentes”.

Daqui, tínhamos Espanha a 6kms de distância e lá fomos nós rumando a Badajoz, seguindo sempre ao logo da fronteira em estrada muito bem pavimentada, e com paisagens semelhantes às do Alentejo.

Chegados a Badajoz, abastecemos a RT a 1€/L…. e apontámos directos a Elvas…. Regressando ao N/ Belo País.

Chegados a Elvas,

já passava das 16:30, mas ainda arriscámos a visita ao Museu Militar, onde tivemos uma boa Surpresa!
Ainda estavam abertos, e as visitas são guiadas, cabendo-nos o Simpatiquíssimo Sr. José Martins, que apesar de não ter formação académica, possui o saber popular de um natural de Elvas amante dos feitos dos seus antepassados.
Ficámos a conhecer os feitos desta povoação fronteiriça que esteve sempre na primeira linha de defesa do território Português, com pormenores só possíveis mesmo a narração de um amante da História.

O museu está muito bem organizado, merecendo a visita alongada.

Tivemos tempo de percorrer o túnel que era usado para circular entre a Cidade e a Fortaleza….


Uma magnífica obra de Engenharia, sabendo nós que todo o trabalho foi executado manualmente…
Infelizmente não pudemos visitar o resto da cidade… mas já aqui fica a pista para um dos próximos roteiros por terras Lusas!
Rumámos a Norte, já de noite, directos a Portalegre por estrada secundárias, e divertidas de se fazer…. Em Portalegre encetámos pelo IP, até saír para Oeste pelo IC8.
A meio do IC8, S. Pedro resolveu abençoar a n/ viagem, tendo a chuva sido n/ fiel companheira até ao Porto…. 250km’s de água sem fato de chuva (sim… somos optimistas), mas a bordo da magnífica raínha das estradas a BMW R1200RT, que nos permitiu chegar secos (!!!) ao destino.
Fizemos apenas uma pausa na Galp da A1 em Pombal para um chocolate quente e esticar as pernas.


Apesar frio, os punhos e assento aquecidos, juntamente com a Bolha de ar criada pelo autêntico “muro” que é a viseira da RT… só os pés arrefeceram, pois levei botas de verão!
Em resumo, foram 1050km’s de puro prazer…. E alguma água à mistura!

Sugestões gastronómicas (valores aproximados):

Nisa: “A Catarinha” – Praça da república, 24 – Nisa (Bife: 6€/pessoa; C/ entradas; Sem sobremesa)

Évora: “Restaurante Medieval” – Rua Raimundo, 47 – Évora(266744116)
(1/2Migas: 13€/pessoa; C/ entradas; Sem sobremesa)

Évora: “O Telheiro” – Rua do Cromeleque, 5 – Évora (266707345)
(Feijoda: 15€/pessoa; C/ entradas; Com sobremesa)

Évora: “Café Arcada” – Praça do Giraldo ,7 – Évora (266741777)
(Local obrigatório para um lanche/pequeno almoço)

Monsaraz “Lumumba”: Rua Direita, 12 – Monsaraz (266557121)
(Ensopado de Borrego: 8€/pessoa; C/ entradas; Sem sobremesa)

Dormidas:
Ibis Évora :
39€ / quarto à semana; 49€ / quarto ao fim-de-semana – Adicionalmente, tem desconto ACP

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